Com o bitcoin sendo vendido a valores recordes, a Coinbase, maior plataforma de compra e venda de criptoativos dos EUA, vai abrir o capital em 2021, o que deve ser um marco histórico às moedas virtuais, mas também um teste de fogo do mercado.
Fundada em 2012, a Coinbase foi avaliada em US$ 8 bilhões
Com a moeda virtual bitcoin cotada US$ 23.097, uma alta de 182,9% em 2020, a plataforma Coinbase, a maior corretora de moedas digitais dos Estados Unidos, deu entrada na documentação para abrir seu capital.
A notícia veio a público depois que a companhia publicou um post de dois parágrafos em seu blog, informando que protocolou seu pedido de abertura de capital à SEC, órgão equivalente à CVM no Brasil.
Sem nenhum detalhe quanto a datas, preços e expectativas, tudo o que se sabe é que a companhia fundada em 2012 deve protagonizar um dos primeiros grandes IPOs de 2021.
A Coinbase é uma das marcas que mais se beneficiaram da escalada do bitcoin, que está cotado a valores recordes, tendo superado o patamar de US$ 20 mil pela primeira vez em dezembro deste ano.
Essa alta está apoiada em uma série de apoios institucionais de peso, que ajudaram a alavancar os criptoativos. Só neste ano, PayPal e Square anunciaram que passariam a aceitar as critpomoedas em suas plataformas de pagamentos, trilhando o mesmo caminho do aplicativo de investimentos Robinhood.
Investidores respeitados em Wall Street, como Paul Trudor Jones II, da gestora Tudor Investment Corporation, que tem mais de US$ 9 bilhões de ativos sob gestão, passaram também a atuar no segmento de moedas digitais. Outro exemplo é Stanley Druckenmiller, fundador da Duquesne Capital, que também entrou para o jogo dos criptoativos.
Por esse motivo, é esperado que a estreia da Coinbase na bolsa não passe despercebida. Será a primeira empresa de criptoativos a abrir o capital e se tornará publica logo depois dos bem-sucedidos IPOs de Airbnb e Doordash.
“Embora estejamos sempre entusiasmados com o aumento do interesse pelos criptoativos, é importante ressaltar que este não é apenas um momento de grandes volumes, mas também de volatilidade de preços”, escreveu Brian Armstrong, um dos fundadores da Coinbase, em um blog.
A corretora está ativa em 100 países, onde acumula US$ 25 bilhões de ativos junto a 35 milhões de usuários verificados. A Coinbase já tem mais “clientes” que a Charles Schwab, que conta 29,2 milhões correntistas.
O alcance e a popularidade da companhia refletem seu valor. Em 2018, a avaliação da Coinbase foi calculada em US$ 8 bilhões em uma rodada de investimento de US$ 300 milhões, liderada pela Tiger Global Management. Desde sua fundação, a empresa levantou mais de US$ 500 milhões junto a fundos como Andreessen Horowitz, Y Combinator e Greylock Partners.
Tamanho interesse tem a ver com o modelo de negócio traçado pelos criadores da plataforma, os cientistas da computação Brian Armstrong e Fred Ehrsam. Desde o começo, os empreendedores queriam diferenciar seu produto das demais startups da área, que buscavam desenvolver uma alternativa aos bancos tradicionais.
Armstrong e Ehrsam estabeleceram protocolos de segurança para a compra e venda de bitcoins em um sistema que aceitaria a integração com o mercado financeiro tradicional. É possível, por exemplo, cadastrar seu cartão de débito na plataforma da Coinbase.
O movimento da plataforma também trouxe à tona uma velha polêmica. Em setembro deste ano, em meio à ebulição social contra a violência policial e o racismo estrutural americano, Armstrong publicou um post em que, diferentemente de outras grandes marcas, a Coinbase não se posicionaria política ou socialmente, “focando apenas no desenvolvimento de novas ferramentas”.
Logo após o comunicado, o empreendedor ofereceu aos funcionários insatisfeitos a opção de vender suas ações e se desligar da companhia. Cerca de 60 profissionais deixaram a empresa naquela ocasião.
Fonte: neofeed
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