IRB Brasil muda comando em meio a crise de confiança que derrubou ações


Na véspera, ações da companhia fecharam em queda de quase 32%, equivalente a uma perda de cerca de R$ 8 bilhões em valor de mercado.


O IRB Brasil Resseguros anunciou na noite de quarta-feira(4) que Werner Süffert foi eleito pelo conselho de administração para assumir a presidência da companhia interinamente, após renúncia de José Carlos Cardoso, na esteira de uma série de eventos que afetaram a confiança de investidores na resseguradora, resultando em uma queda de mais de 50% das ações da empresa desde o começo do ano.

Süffert, que ocupava o cargo de diretor de finanças, relações com investidores e gestão de participação na BB Seguridade, assume ainda o cargo de vice-presidente-executivo, financeiro e de relações com investidores do IRB, uma vez que Fernando Passos também renunciou.

“A posse do novo executivo se dará tão logo concluídas todas as providências relacionadas ao seu desligamento da função ocupada na BB Seguridade, assim como os demais trâmites regulatórios aplicáveis”, afirmou o IRB em fato relevante, acrescentando que ele atuará como presidente interino até a chegada de um novo executivo.

Em fato relevante separado, a BB Seguridade afirmou que o conselho designou o diretor-presidente, Bernardo de Azevedo Silva Rothe, para acumular interinamente as funções de Süffert, que renunciou na quarta-feira ao cargo que ocupava na empresa de seguros e previdência do Banco do Brasil.

O IRB afirmou ainda que o seu conselho de administração manteve a determinação à Diretoria Estatutária para instalação de um procedimento de apuração com objetivo de identificar as circunstâncias exatas da divulgação de informações, pela companhia, relativas à sua base acionária.

Na quarta-feira, as ações do IRB Brasil RE chegaram a desabar mais de 40%, após a Berkshire Hathaway ter afirmado que não é acionista da resseguradora brasileira e nem pretende ser.

O comunicado da holding de investimentos de Warren Buffet foi divulgado após notícias na mídia segundo as quais ela teria aumentado participação no IRB, o que, segundo analistas, foi referendado por executivos em teleconferência recente da empresa.

As ações da companhia, que tem entre os maiores acionistas a Bradesco Seguros (15,2%) e Itaú Seguros (11,1%), fecharam o pregão de quarta-feira com queda de quase 32%, equivalente a uma perda de cerca de R$ 8 bilhões em valor de mercado em relação ao fechamento de terça-feira e de pouco mais de 18 bilhões de reais no acumulado do ano.

Informações conflitantes relacionadas à cronologia da saída do presidente do conselho, Ivan Monteiro, bem como as razões que o fizeram deixar a resseguradora também adicionaram insegurança aos investidores, conforme agentes financeiros ainda digerem questionamentos recentes da gestora Squadra em relação às informações financeiras divulgadas pelo IRB.

Analistas do Bank of America Securities colocaram na quarta-feira em revisão a recomendação de "compra" que reforçaram na segunda-feira para as ações do IRB. Na ocasião, os analistas tinham reiterado o call e elevaram o preço-alvo da ação da resseguradora para 44 reais. Mas na quarta-feira eles alertaram os investidores para que não utilizem mais suas previsões e recomendações anteriores sobre a resseguradora.

A equipe do Citi também alertou em relatório a clientes na quarta-feira que sua tese de investimentos sobre o IRB “não é mais precisa” e cortou a recomendação para a ação para "neutra", com preço-alvo de R$ 18, acrescentando que espera informações adicionais.

Fonte: Reuters
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